lunes, 17 de septiembre de 2012

De Bailes e Ciúmes

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Lá em 7 de dezembro de 2010 postei aqui uma página com o título de De Bailes e Ciúmes. Irritado com as nomeações para altos cargos no governo, estraguei o pequeno texto, que hoje recupero. Um dia esse rato chamado Palocci sairá do ministério direto para a cadeia, pensava eu.

DE BAILES E CIÚMES

Respiremos fundo. Uivemos: Áuuuuuuuuuuuuuu...


Até que são engraçadas essas histórias fabricadas, esse povinho tem uma criatividade... Sim, aqui a gente ri para não chorar, mistura-se gargalhadas com uivos.

A vida é uma festa..., um baile. Um baile que quase não muda com o passar de tempos e mortes.

Por alguma razão agora lembramos do filme "O Baile", uma obra-prima do genial cineasta Ettore Scola (10/05/1931, Trevico - Itália).

Ufa! Saímos de um conto de horror para cinema e música.

O filme não possui diálogos, aliás, tem, de outro modo, um modo formidável. É datado pelo gestual, pelos figurinos, pela música (divinas, eternas). Um retrato de 50 anos, do início dos anos 30 aos anos 80.

No vídeo abaixo, que é a parte 2 encontrada na rede, aos 4m42s entra o tango cigano Jalousie (Jacob Thune Hansen Gade - 29/11/1869 - 20/02/1963, Vlejel, Dinamarca), interpretado pela primeira vez em 1925.

Consta que o título inspirou a melodia. Gade, músico talentoso, andou pela Filarmônica de Nova York, mas era ainda um ilustre desconhecido em Copenhague. Em 1921 retorna ao seu país. Por essa época descansava em Cristiania, num moinho afastado da cidade, quando chegou às suas mãos um jornal que noticiava que um homem havia matado sua mulher por ciúmes. Sim, Jalousie é Ciúme. "Celos" em espanhol, como sabemos. Sucesso mundial.

Ao redigir seu testamento, em 1956, Gade destinou todos seus bens, incluindo direitos autorais, para uma fundação, criada com seu nome, de ajuda a músicos jovens e talentosos. E explicou o motivo: "Ainda me lembro das dificuldades econômicas e educacionais que tive quando, ainda jovem, cheguei a Copenhague com o propósito de ganhar a vida com a música". Gade nunca quis ser ministro de nada.

No filme de Ettore... bem, não precisamos dizer quem é o personagem que sempre está por cima, maldoso, dissimulado, sujo, trocando de lado, entre coisas piores. Todas as condições para ser ministro.

Na década de 70 estimava-se que a canção era emitida, no mínimo, uma vez por minuto em alguma rádio do planeta. Ah, a El Mundo de Buenos Ayres...

Na Rádio Guaíba de Porto Alegre, que os pastores mataram, eram suaves as noites de primavera.

Sim, éramos infantes.

Ettore também nos mostra que na época que antecedeu a Segunda Guerra Mundial se tocava muita "música velha", pois em seguida ao tango gitano vem La Golondrina, composição de 1862 (Narciso Serradell Sevilla - México, 1843 - 1910).

Carlito Yanés é que não pode ouvir essa blasfêmia (música velha), pois teve uma namorada hijita de mami que a cada vez que ele rodava o Bolero (Ravel), ela exclamava: "De novo música velha!". Ela só gostava de bate-estaca e do Coiso, o Coberto Ralos.

Na quarta vez ele saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Enfim, há quem acredite na existência de "ouro velho", então entende-se.

Quem não assistiu ao filme pode estar errado ao dizer que sabe muito da vida, da carne, de lágrimas, da miséria humana. Das humanas alegrias. Do delírio em que vivemos.

Tristemente fugaz.





As perversas multinacionais da incultura seguem bloqueando a divulgação, mas está AQUI o vídeo citado.

Tiraram também o "Aqui", música que nunca tocam, mas impedem o povo de conhecê-la para poderem empurrar lixo. Tudo bem, tiraram as duas versões, orquestras, que eu mais gostava, mas tem mais mil, e a turma segue postando. Vai outra, esta, infelizmente, sem os créditos.



Oba, foi o que falamos antes, alguém postou o filme de novo! Aqui Jalousie entra aos 14m20s.



Os bandidos tornam a tirar da rede, mas sempre tem uma bela alma para recolocar:




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Os
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